"Viver é uma aventura linda, mesmo que difícil à beça aqui e ali." Ana Jácomo

terça-feira, abril 13, 2010


Tive vontade de escrever pra Exupéry e encher seu coração de alegria! Nem pude acreditar, quando contemplava as estrelas e por um "descuido" do meu olhar, vi alguém que também as contemplava e sorria! Muito educado, me saudou com um "Boa noite"! Mal consegui responder quando vi pela luz da lua os seus cabelos cor de trigo; meus olhos se encheram de lágrimas ao ter tão perto de mim, o "maior" príncipe de toda a história.


Depois que consegui saudá-lo, como que um ímã, fomos aos poucos nos sentando mais perto, era impossível não sorrir com o barulho que faziam as estrelas. Entre sorrisos e passos, estávamos diante um do outro. Que vontade de abraçá-lo! Mas eu não o tinha cativado, minha mente me alertou, freando os meus braços, que estavam na iminência de um abraço. Ele, sim, pela sua história já tinha me cativado. E antes que eu tivesse concluído o pensamento, fui quase derrubada por um dos melhores abraços que já senti em minha vida. As crianças não medem a intensidade das suas ações! Foi mágico! Eu não ousei dizer uma palavra. E o silêncio foi quebrado pela linda entonação da sua voz, ao me dizer palavras que jamais serão esquecidas: "Que bom te encontrar, flor". E essas palavras quase me derrubaram, de emoção, novamente. Nesse momento eu entendi que o lindo processo de cativar é algo recíproco!


Eu estava muito querendo saber da rosa e do carneiro, mas antes que eu falasse, ele perguntou: "Como vai a Terra?". Eu tive vergonha de responder a essa pergunta. A minha vontade era ter perguntado pela rosa e pelo carneiro e fingido que nem escutei, mas lembrei que ele não desiste de uma pergunta, e eu teria que responder sobre a Terra. A única coisa que consegui dizê-lo foi: "Ela precisa muito de você". Ele abaixou a cabeça, desapontado, como uma criança que não sabe porque as pessoas grandes complicam tanto as coisas simples. Agora fui eu quem o abracei, coloquei no colo, e recolhia cada lágrima que caia de sua face, elas pareciam brilhar como as estrelas, mas não sorriam. "Calma, meu pequeno, o essencial de cada um é invisível, está por dentro...o homem ainda tem solução" Usei o seu ensinamento para o confortar. E as suas lágrimas sorriram como as estrelas!



Faria agora a minha pergunta que o alegraria ou o deixara triste de vez. Mas eu precisava saber da flor e do carneiro. Eu perguntei: E a sua flor, como vai? Ele não me respondeu, se ausentou da minha presença e eu fiquei pensando no mal que eu o tinha feito. Ele voltou, e com a conhecida caixa em uma mão e a flor na outra. Pensei: Que bom, a mordaça não estava com defeito! Mas ele logo respondeu ao meu pensamento: "O carneiro se desprendeu da mordaça, acredita?" E eu surpresa, disse: "E a flor , como sobreviveu?". Ele sorrindo de uma forma que eu nunca vi igual, disse:" Essa é uma linda história!" E eu, sorri, feliz, ao ver carneiro, flor e o pequeno.



Ele narrou assim: "De fato a mordaça estava defeituosa; que bom!Serei eternamente grato ao meu amigo. O meu carneiro resolveu sair da caixa, encontrou com a minha flor justamente no dia em que eu tinha esquecido de colocar a redoma. Mas qual não foi a minha surpresa quando o carneiro aproximou o rosto da minha flor!Apertou-me o peito. Mas ao invés do que imaginávamos, ele a cheirou e deitou-se ao lado dela. E nesse dia eu entendi o porque de tantas vezes, antes dele sair da caixa, eu o percebia olhar fixo para a minha flor sem a redoma. O processo de cativar não exige palavras não é mesmo? Já que a linguagem é uma fonte de mal entendidos!" Eu, encantado, com o cativar da flor e do carneiro, só ousei chorar. Enquanto me consolava ele me disse:"Trouxe o meu carneiro e a flor pra que conhecessem a terra, mas vi que vamos precisar ficar mais do que o esperado, pra que mostremos ao Homem que 'até' uma flor e um carneiro sabem o que é cativar." Com essas palavras ele se despediu de mim, mas deixou meu coração esperançoso! Ele está de volta!

sexta-feira, abril 09, 2010


Por dias você se sentiu uma das piores pessoas da Terra...seja porque acreditou mais uma vez, seja porque seu "sonho" falhou, seja porque esperou demais de alguém que não fez valer "a espera", seja porque, como você diz, seu coração foi burro, e que por isso, ele merecia um castigo!


Iria ficar preso, fora do seu ser! É, pode ter tudo ter sido fruto da sua imaginação, ou tenha sido fruto do seu coração sonhador, que só quer ser feliz. Erro de quem? E teria sido mesmo um erro? Se não foi acerto, erro também não foi. Vivência! É um bom nome...vivência! Porque só quem vive é capaz de sofrer decepções e superá-las...e querer viver,desfrutar desta arte que ultrapassa qualquer entendimento.


E hoje chegou à constatação do óbvio...você está viva!Você não morreu na noite passada, apesar de tudo que passou!Aliais, você só passou por tudo, porque está viva! E mais, você quer viver...então VIVA, minha cara!

quinta-feira, abril 08, 2010


E no final, é isso que vai contar...

Os banhos de chuva que você tomou, mesmo estando gripado.
As conversas com amigos na madrugada, quando você precisava acordar cedinho.
As surpresas feitas a você, e principalmente as que você fez à pessoas queridas.
O silêncio consentido, quando ainda se tinha muito por dizer.

O ônibus que você pegou e sem saber viu o mar, e aquele também que você pegou "errado"...só pra ver o mar.
As horas que você "perdeu" admirando o Céu, com sua linda lua e as, não menos lindas, estrelas.
As vezes que você voltou pra se despedir direito de alguém, mesmo atrasado, porque você não sabia se seria seu último dia de vida, ou o dele.
As folgas "forçadas" que você "se deu".
As horas que você continuou a dormir, sabendo que precisava acordar, mas você estava tão cansado...ou não!

As vezes que você preferiu ir andando, só pra admirar, sem pressa, a paisagem.
As vezes que você levantou uma criança o mais alto que pôde, pra que ela visse o palhaço que tanto queria, e ela sorriu tanto e tão alto, e você sorriu junto, que sua vontade era ouvir aquela gargalhada todos os dias.

As vezes que você mandou a sua dor esperar, e foi cuidar da dor de um amigo. E, pra sua surpresa, a sua dor cansou de esperar e foi embora.
As ligações intermináveis, que te faziam esquecer do tempo.
As bagunças do quarto, que só você "se achava", e você adiava a arrumação.
Os livros que leu, quando precisava dormir.

Os momentos que você deixou algo, pra falar com Deus, e principalmente os momentos que você não queria fazer uma oração, e fez!
Vai contar mesmo, os momentos em que você esqueceu "do mais", foi feliz e fez os outros felizes! 06.04.10